P: Qual é a prova de que o Nirvana é eterno, de que existe este estado último, quando inúmeros agregados nascem e renascem constantemente formando a cadeia de samsara?
R: Eternidade não é um atributo de coisa alguma em um universo cíclico, Nirvana não é um lugar portanto nem podemos dizer que ” existe” trata-se de um estado de esgotamento de energias cármicas, impulsos que levam a novas manifestações.
P: Pode-se ter a certeza do eterno, mas como se pode ter certeza absoluta de que não haverá mais enredamento nenhum, de nenhum nível, em samsara mesmo após o Nirvana?
R: Por definição Nirvana seria um estado sem enredamento, portanto se os há não se tem um Nirvana.
P: Por que mesmo um ser que alcançou o Nirvana não pode ser tomado de um estado súbito de inconsciência e ‘esquecimento’ e retornar ao samsara, sem se dar conta de nada?
R: Porque não existe isto de um ser, uma individualidade, só existem os impulsos cármicos, se um ser dissolveu-se no Nirvana ele está extinto, exatamente o caso tradicionalmente atribuído a Buda Shakyamuni.
P: O que refuta esta idéia? O que refuta a idéia de que estivemos alcançando a liberação e retornando a samsara eternamente, sem perceber nada? Neste caso, o Nirvana seria apenas um breve momento, que nenhum iluminado saberia identificar até onde iria.
R:Se alcançamos a liberação, a alcançamos simultaneamente de todo o conceito de ser um ser separado, um indivíduo, portanto não há ninguém para retornar.