Vista de terreno doado para construção de um monastério em Florianópolis.
Sempre tivemos uma natural divisão entre os que se ligam a instituição e os que seguem caminhos independentes, históricamente, no entanto, são as instituições que trouxeram o budismo até os dias de hoje, preservando os textos, transmitindo, impedindo os mais variados exageros, mas com o peso natural de suas burocracias e autoridades.
Os centros do Dharma em si, também são instituições. E vemos os benefícios de suas paredes, biblioteca e evidentemente sua organização.
Pessoalmente não vejo um bom caminho senão na vinculação com uma instituição séria, e no procurar os que foram bem formados dentro dela, minha experiência com grupos mais independentes e caóticos não foi boa, são justamente neles que se estabelecem as mais acirradas lutas por poder e a falta de diretrizes básicas acaba criando situações tristes e quebra dos preceitos.
Uma leitura caótica dos textos pode induzir a uma crença libertária sobre o budismo, no entanto os grandes mestres fundaram mosteiros, preservaram a ordem e a hierarquia e ainda escreveram muito.
Infelizmente lemos textos não originais e praticamente ninguém leu o Vinaya Pitaka.
Acho o debate interessante mas já resolvido pelo zen budismo, cuja tradição narra que no seu primeiro Concílio, foi Mahakasyapa escolhido como Primeiro Patriarca, e o zen preserva a linhagem e a recita justamente para que a legitimação e a instituição seja preservada. Buda também esmerou-se na criação do Vinaya, expulsando da ordem os que não aceitavam as regras, isto era chamado de Prajika, ou seja ” derrota”, quando não conseguimos seguir a ordem e as regras isto significa que fomos derrotados no caminho. É uma história de 2 600 anos, não imagino que discutiremos uma caminho consolidado a tanto tempo, mas, é claro, visões diferentes são naturais, muitas vezes já ocorreram, apenas não sobreviveram a prova do tempo.