Meu primeiro professor do Zen, dizia para não matar uma pedra, porque também uma pedra pode ser danificada simplesmente. Se não houver um motivo plausível não temos o direito de destruir qualquer coisa ou de causar qualquer sofrimento. Esse é um questionamento que cada um deve fazer com relação a si mesmo e sua vida no mundo. Quando penso em moralidade, penso que o budismo não tem uma moral no sentido de regras que temos que seguir porque as regras existem. Não é uma questão de moral, de qual roupa a gente veste ou como nos comportamos, não se trata de uma moral no sentido convencional. Trata-se de uma ética em relação a causar sofrimento, logo, todo ato que cause sofrimento aos outros deve ser questionado, isso significa, meu gesto, minha palavra e em ultima analise meu pensamento. Porque meu pensamento vai fazer com que eu cometa as palavras e os atos que irão gerar sofrimento. Por isso Buda disse que o caminho budista é ser senhor de sua mente. Somente sendo senhores de nossas mentes seremos capazes de evitar sofrimento aos outros e a nós mesmos. Através do descontrole de nossa mente é que começamos a sofrer, porque temos sentimentos que nos perturbam e esses sentimentos é que tem que ser transformados. Mas não basta policiá-los, porque se somente os policiarmos sempre fracassamos, porque o controle falha, controle não funciona bem, o que temos que mudar é o sentimento real. Se mudarmos o sentimento, automaticamente palavras e gestos começarão a se alterar.