Monge Genshô: Nós somos movimento cármico que levanta poeira de manifestação. Nós estamos aí, nos manifestando, temos uma aparência visível. O redemoinho também tem uma aparência visível por causa de toda a poeira que ele levanta. E no centro de todo esse movimento um eixo aparente, e nós chamamos esse eixo de EU. E dizemos ‘eu sou’. Mas esse ‘eu’ do ‘eu sou’ do redemoinho é vazio de existência própria. Isso é que quer dizer o vazio, todas as coisas são vazias, vazias de que? De existência própria. Todas elas são interdependentes, interconectadas, nenhuma delas tem existência por si mesma. E o EU, que é o centro de todo esse movimento, auto-consciente da sua existência, diz ‘eu existo’, ‘eu tenho existência inerente’. Nós pensamos ‘eu tenho existência inerente’. Mas nenhuma coisa no universo tem existência inerente, todas as coisas são vazias. Quando nós paramos o movimento de redemoinho, o que acontece com o eixo? Não existe mais eixo. Na verdade o redemoinho se manifesta na atmosfera. Então o redemoinho nada mais é do que a atmosfera em movimento, e o eixo nada mais é do que a aparência provocada pelo movimento dentro da atmosfera. Então, no fundo, nós não podemos dizer que o redemoinho é a atmosfera? (continua)