Ondas Cármicas (Parte 1)

Ondas Cármicas (Parte 1)

No Cristianismo, Cristo, ao ressuscitar, venceu a morte. E então deu a todos os homens a possibilidade de vencê-la, ressuscitando. Por isso, existem aqueles painéis na Capela Cistina, onde os mortos estão saindo das tumbas no juízo final. Estão ressuscitando. Eles são julgados: uns vão para o inferno e outros para o paraíso no painel de Michelângelo.

Isso quer dizer que as religiões vêm com a oferta de vencer o medo fundamental. As pessoas têm medo de morrer, têm medo de que seu “eu”, tão precioso, tão bem construído, desapareça. Então, em geral, as religiões vêm sempre com uma solução para esse problema. Isso é bem antigo – qual é o céu para onde você vai depois, etc. Sempre a questão de vencer a morte, são raras as exceções.

O budismo tem uma outra ótica. Tem a ótica de que o “eu” é ilusão, que uma alma eterna não existe, um espírito assim não existe, que são todas construções do medo da morte. Porque as pessoas têm medo da morte acreditam nas religiões. O que o budismo quer dizer é que não existe ir nem vir, porque o próprio “eu” é uma construção e, portanto, uma ilusão. Nós estamos aqui há muito tempo e não temos como ir embora. Nós somos exatamente ondas cármicas se repetindo, manifestando (continua)