Nossa própria originação advém de uma cadeia de elos que se repete. O primeiro elo é a ignorância (avidya), um agarramento que motiva uma pessoa a criar as condições para renascer no samsara.
O segundo, a composição interdependente, o samskara, as marcas cármicas que nós fazemos e que criam os impulsos que nós chamamos de carma.
O terceiro elo é a consciência interdependente, vijnana, que não pode ser confundida com um eu inerente, mas sim com quantum de carma que deixa uma marca que gera a próxima manifestação.
O quarto elo, denominado nome-forma, nama-rupa, os agregados que nos constituem. Contato, sensação, percepção, formações mentais, a própria consciência, o próprio fenômeno consciência.
As fontes interdependentes, sadayatana, quinto elo, são as faculdades sensoriais e a faculdade mental.
O sexto elo é o contato, sparsa, fator mental que acompanha cada momento de consciência. Ele surge do nosso contato, da nossa sensação, nossa faculdade sensorial e nos faz definir se gostamos, se não gostamos, se somos indiferentes a uma coisa.
O sétimo elo é a sensação interdependente, vedana, que se segue ao contato.
O oitavo, o anseio, tanha, é o nosso apego que gera o impulso que nos leva a nos manifestarmos novamente. Ele é extremamente importante na hora da morte, porque a mente que você tem na hora da morte é a mais definidora do que vai acontecer a seguir.
O nono elo, o agarramento interdependente, padana, a intensificação desse desejo que nos faz ter a ação.
O décimo elo, a existência interdependente, bhava, que é a primeira que nós vamos comentar.
(continua)
[Trecho extraído de palestra proferida em Florianópolis, 23/08/2016, por Meihô Genshô Sensei]