Como nós estamos num treinamento Zen, eu aconselho meus alunos: não façam coisas para se distinguirem dos outros, nós tentamos praticar assim, vestindo cores sóbrias para participar dos retiros, para sentirmos essa noção de ‘não quero ser diferente’, distinguido, melhor, mais bem vestido, não quero ser especial por aquilo que eu coloquei sobre o meu corpo. No sesshin, não usamos joias, não usamos nada para nos distinguir. Eu digo para os meus alunos: “você tem uma tatuagem?” e respondem “tenho”. Se quer ser meu aluno, não faça mais nenhuma, porque elas são uma maneira fácil de querer mudar algo em si para que você se torne diferente dos outros, e esse não é o objetivo do treinamento espiritual. Pode ser uma linda tatuagem, mas a quem deveríamos cumprimentar? O tatuador, não o tatuado. Porque ele que desenvolveu a técnica ou a arte para fazer aquilo. O tatuado só pagou.
Se você quer se aperfeiçoar, aprenda a tocar um instrumento, aprenda a pintar, aprenda algo interno, desenvolva algo interno seu, não tente ser melhor por algo sem mérito. Não estou dizendo que uma operação plástica está errada. Se houver uma necessidade qualquer, se for por motivos de saúde, está certo é legítimo. Isso não é uma coisa vedada. Mas se você envelhece, envelheça. Envelheça com dignidade, não tente se esticar, porque você vai negar o verdadeiro fluxo da vida. Integre-se ao fluxo da vida.
[Trecho extraído de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]